Análise: nem calor da torcida salva o Vitória, que não se ajuda e interrompe arrancada com derrota

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Em campo, Wagner Lopes repetiu a equipe que mais deu resultado ao longo de toda a Série B. Mas, nesta terça, o time não funcionou. No primeiro tempo, mostrou grande dificuldade em furar o bloqueio ofensivo do adversário, que povoou o campo de defesa. Como alternativa, forçou cruzamentos na área e chutes de longe, na maior parte pouco efetivos.

Do outro lado, o CSA, apesar do volume menor de jogo, chegou mais perto do gol, quando aproveitou os espaços deixados pelo Vitória nas subidas ao ataque. Dellatorre já havia exigido grande defesa de Lucas Arcanjo até Iury subir entre Wallace e Thalisson e abrir o placar (veja abaixo).

O gol do CSA deixou o Vitória e a torcida ainda mais ansiosos. Ainda assim, os rubro-negros fizeram a sua parte e apoiaram um time, que respondeu mais na base do abafa que em qualquer jogada coordenada. O segundo tempo só piorou a sensação.

E olha que, com cinco minutos da etapa final, o Vitória conseguiu tudo que queria: pênalti, chance de empatar e pressionar por uma virada. Faltou combinar com Roberto, que bateu mal a penalidade e desperdiçou [veja abaixo]. Anticlímax no Barradão.

O Vitória ainda teve uma sobrevida aos 22 minutos do segundo tempo, quando Éverton Silva foi expulso. Naturalmente, o time aumentou a presença no campo de ataque, e Wagner Lopes colocou quase todos os atacantes que tinha à disposição. Mas adianta pouco empilhar jogadores de frente em tarde coletiva ruim, em um dia em que o deserto de ideias se apresentou como o torcedor cansou de ver ao longo da Série B.

Mesmo com um jogador a menos e com um clima totalmente desfavorável fora de casa, o CSA foi o time mais perigoso. Acertou duas bolas na trave no segundo tempo e ainda exigiu boa defesa de Lucas Arcanjo. Não à toa, Lucas foi o jogador celebrado pela torcida após o apito final.

Diante do adversário mais duro dos últimos cinco que enfrentou, o único brigando na parte de cima da tabela da Série B, o Vitória mostrou novamente suas limitações e a razão de lutar contra o rebaixamento. Fica claro, portanto, que a série de problemas apresentados na temporada não tinha sido resolvida nos últimos jogos, apesar dos bons resultados. Na verdade, o que se viu antes desta tarde foi exceção.

É claro que ainda há esperança, e o Vitória tem o dever de lutar até o fim. Mas lá se vai um turno inteiro na zona de rebaixamento, e resultados como desta tarde trazem consequências, não só na tabela de classificação, mas na confiança do grupo.