Wagner Lopes mostra insatisfação com desempenho do Vitória em Goiânia: “Não duelamos”

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A derrota foi o pior resultado do Vitória em toda a Série B. Até aqui, o time não havia sofrido derrotas com placar superior a um gol de diferença. Não por acaso, o desempenho foi criticado pelo técnico Wagner Lopes, que apontou a falta de ímpeto da equipe como principal razão para o resultado adverso.

– Hoje nós não duelamos. Hoje foi o dia que perdemos todas as divididas, perdemos na vontade, na raça. E eles jogando com muita intensidade em cada disputa. Perdemos os duelos de um contra um. Não conseguimos duelar com a força necessária. Série B é jogo truncado, tem que se impor fisicamente. Hoje, não tivemos uma reação vencedora. Era para ter sido mais. Eles criaram mais oportunidades, tiveram bola na trave.

– A gente foi muito abaixo do que pode. E, como treinador, sempre vou assumir a responsabilidade. Mas hoje deixamos a desejar – completou.

A distância do Vitória para o primeiro time fora do Z-4 é de seis pontos, mas duas rodadas perfeitas, com triunfos e derrotas de rivais diretos, não bastam. Como venceu apenas quatro jogos na Série B, o Rubro-Negro leva desvantagem nos critérios de desempate e precisaria de pelo menos três rodadas para deixar a zona de rebaixamento.

O problema é que a Série B já está na reta final, restando apenas dez rodadas para o fim da competição. O cenário não é favorável, mas Wagner Lopes mantém a esperança viva por uma recuperação.

– Eu sei que não é fácil, mas acredito muito nos homens que temos no elenco. Hoje fizemos um jogo horrível, digno de se esquecer. Mas não adianta abaixar a cabeça. Temos que continuar passando confiança, que é possível sim. Nosso campeonato é contra Brasil de Pelotas, Confiança, Ponte Preta, que a gente ainda vai enfrentar. A gente ainda vai conquistar pontos e vai ter confronto direito. Não podemos entender que caímos. Tivemos um jogo ruim, mas é dar a volta por cima, treinar melhor, para poder reagir como precisa para vencer os jogos.

Wagner Lopes terá uma semana para recuperar o elenco até a próxima partida do Vitória. O time baiano volta a entrar em campo no sábado, quando enfrenta o Confiança no Barradão, em confronto direto de times que brigam para deixar o Z-4.

As ideias acabaram?
– As ideias não acabaram. Acontece que a execução não depende do treinador. Treinador passa as ideias, mas é óbvio que, quando a execução é malfeita, a responsabilidade é minha. Não vou deixar de assumir isso. Mas hoje, não conseguimos jogar, não conseguimos duelar como a gente precisa, principalmente na imposição física, na hora de ser mais forte. Hoje, não fizemos isso. As ideias são muitas. Mas a execução não foi bem-feita.

Por que um desempenho tão ruim?
– Eu nunca vou transferir a responsabilidade para os meus jogadores. Mas nós, com a bola dominada, em duas situações, demos o gol, de errar, de dar o passe por dentro, sendo que o correto era fazer a bola longa de segurança, mesmo sabendo que o time deles é perigoso, que rouba essa bola. É difícil explicar por que os erros acontecem, mas é nessa hora que a gente precisa levantar a cabeça e trabalhar forte para, no próximo jogo, ser melhor, mais intenso nas divididas, se impor fisicamente. Pode ter certeza de que é o que vamos fazer.

O que esperar do time?
– Você não analisa onde foi feita a definição das jogadas, você tem que olhar o começo dela. Se a gente faz a bola longa, ao invés de jogar no Fernando de costas, você fecha a casinha. Se você joga para fora, organiza o time e não toma o gol. Os nossos erros não foram só do lado esquerdo. Começou do lado direito, passou pelo meio e depois foi para o outro lado. No lado esquerdo, o Renan foi para o duelo individual e o cara fez o gol. Mas, antes de chegar ali, houve processos. Teve uma circulação de bola, a gente perdeu a bola, não conseguiu pressionar, não conseguir encurtar. É muito fácil, depois, colocar a culpa na lateral esquerda. A culpa é do Wagner. Tenha certeza de que a gente conversa para evitar o passe por dentro, mas no primeiro gol, o Wallace podia ter feito a bola longa, poderia ter dado no Raul, para não jogar no volante de costas. Depois, na reação, não conseguimos tomar a bola. É o conjunto. É a defesa inteira. E não é só a defesa, são os volantes, os atacantes. A responsabilidade é minha. Hoje foi um dia ruim, a reação foi demorada, não vencemos os duelos. Foi uma tarde infeliz.

Por que David perdeu espaço?
– Ele perdeu espaço devido aos erros que cometeu nos jogos. Não vinha rendendo o que eu esperava, não vinha fazendo o que eu estava pedindo. Ele teve três jogos como titular, foi usado seguidas vezes e não rendeu o que eu estava esperando. É óbvio que a gente tem o sistema de trabalho de meritocracia. Ele está esperando a vez dele. Está se esforçando, está treinando. Quando merecer de novo, vai jogar.