Análise: Vitória volta a mostrar dificuldade para propor e reforça dependência de estilo reativo

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O Vitória vivia uma fase de reação na temporada que passava por uma mudança de estilo de jogo. O Rubro-Negro abriu mão de tentar ser protagonista para adotar uma postura mais reativa, cenário que deu certo contra Atlético-MG, Fortaleza e Fluminense, mas que seria difícil de emultar diante do Cerro Largo, no Barradão.

+ Vitória de Thiago Carpini conquista quase 80% dos triunfos na Série A com menos posse de bola

Para voltar a conquistar um resultado positivo a partir de uma ideia mais propositiva, Thiago Carpini sacou Ryller e apostou em Ronald Lopes como titular no meio de campo. O camisa oito oferece um passe mais qualificado, e mais condições de controlar o meio de campo a partir da posse de bola.

Quando a partida começou ficou fácil entender por que os resultados recentes do Vitória são melhores quando o time tem menos posse de bola. O Rubro-Negro mais uma vez sofreu para criar jogadas, foi lento para trocar passes e não conseguiu se impor ao adversário. Mosquito e Erick foram pouco acionados pelos lados, e o jogo ficou concentrado em um congestionado meio de campo.

Em todo o primeiro tempo foram apenas duas chances reais criadas. Primeiro Baralhas acertou o travessão em chute de fora da área. Depois, Ronald Lopes finalizou de dentro da área uma rara jogada bem articulada com ajuda de Erick e Raúl Cáceres pelo lado direito do ataque.

O Vitória voltou para o segundo tempo com o mesmo time e as mesmas dificuldades. Para piorar, o Cerro Largo cresceu no jogo e passou a levar perigo em jogadas de bola parada. O cenário foi a senha para Carpini mudar o time por volta dos 15 minutos. Ele trocou os dois pontas e tentou qualificar ainda mais o meio de campo com Pepê no lugar de Baralhas.

• Pepê no lugar de Baralhas;
• Lucas Braga no lugar de Erick;
• Léo Pereira no lugar de Gustavo Mosquito;

As mudanças fizeram bem ao time. Os jogadores que entraram foram bem participativos, e o Vitória subiu de produção. Aos 22 minutos, Matheuzinho acionou Janderson na ultrapassagem e deixou o camisa 39 cara a cara com Santilli. Ele até driblou o goleiro, mas demorou para chutar e mandou para fora pressionado pela marcação.

O prejuízo do incrível gol perdido ficou ainda maior porque, aos 29 minutos, Peraza invadiu a área sem marcação e completou cruzamento de cabeça para colocar os visitantes em vantagem no placar.

Depois do gol, mais na base do abafa do que da organização, o Vitória se mandou para o ataque e criou chances para empatar. Mas o resumo do jogo mostra que a derrota foi justa e passou por velhos problemas:

• Dificuldade para propor jogo observada em toda a partida;
• Falta de qualidade técnica no ataque ilustrada no gol perdido por Janderson;
• Fragilidade defensiva vista no lance do gol marcado pelo modesto Cerro Largo.