Ex-presidente do Vitória afirma ter fraudado exame antidoping de atleta e comprado desembargador

Durante a entrevista, Paulo Carneiro contava um episódio envolvendo também os ex-jogadores Preto Casagrande e Allann Delon quando citou a fraude no exame antidoping de Matuzalém.

– Terminou a temporada, eu estava em casa. Tinha a concentração do lado da churrascaria Boi Preto. Aí o porteiro me ligou dizendo que Preto [Casagrande], Allann Delon, Matuzalém entraram de madrugada lá, pularam o muro, bateram no cara. Aí eu peguei o carro e fui lá. Quando cheguei, na portaria, primeiro achei foi Preto. Bateu no sofá e caiu sentado. Covarde da p****. Aí eu queria pegar a Matuzalém. Aí subi a escada atrás de Matazulém. Troquei até urina para salvar o doping dele, que ele era maconheiro – conta Paulo Carneiro.

O ge entrou em contato com Paulo Carneiro, que preferiu não comentar as declarações.

– Esqueça qualquer comentário. Ok? – escreveu Paulo Carneiro ao ge.

Allann Delon negou a veracidade do episódio narrado por Paulo Carneiro, assim como Preto Casagrande, que disse que o ex-presidente do Vitória mentiu nas declarações.

– Dele ter me empurrado foi mentira. Nunca existiu. […] O sentimento que eu tenho é de pena. Está vivendo um momento muito triste da vida dele por tudo que passou. Cara hoje que é mal visto em todos os lugares que vai. Ele deve ter chateação comigo que eu não sei o que é. Uma vez eu disse que quando ele me vendeu não pagou e teria cantado minha ex-mulher. Ele entrou com ação contra mim pedindo danos morais. E uma hora antes ele retirou a ação porque tinha gente que ele devia querendo dinheiro se ele ganhasse. Cara que deve a todo mundo. E na própria entrevista, quando ele diz que comprou desembargador e mijou no lugar de outro cara você analisa – afirma Preto.

O ge também tentou contato com os ex-jogadores Matuzalém, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. O texto vai ser atualizado assim que tiver o posicionamento.

Em outro trecho da entrevista Paulo Carneiro afirmou que "comprou um desembargador" por R$ 600 mil.

Ao ge, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro informou que, sem o nome do desembargador ou número do processo, não é possível verificar a situação narrada por Carneiro.

Durante a entrevista, Paulo Carneiro, que também foi vereador de Salvador e deputado estadual em dois mandatos, se mostrou surpreso ao saber que a conversa estava sendo transmitida ao vivo.

– Não grava não, heim? Estão falando sério? Tira aí – disse Paulo Carneiro.

Após a entrevista, o canal suspendeu a exibição do vídeo na internet. Em nota, o podcast garantiu que os participantes "ficam cientes e de acordo com a linha editorial e suas condições de exibição e assumem os riscos de suas condutas".