Carpini celebra triunfo sobre o Atlético-MG, mas freia oba-oba no Vitória: "Vamos ter dificuldade"

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O Vitória confirmou a fase de reação ao bater o Atlético-MG por 4 a 2, na noite desta quinta-feira, e deixar a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Matheusinho abriu o placar, Willian Oliveira anotou dois gols e Culebra completou com mais um para o grande triunfo rubro-negro. Scarpa e Palacios marcaram para os visitantes (assista abaixo aos melhores momentos).

Vitória 4 x 2 Atlético-MG | Melhores momentos | 10ª rodada | Brasileirão 2024

No jogo desta quinta-feira, o técnico Thiago Carpini fez mudanças na escalação, mas forçadas. Raul Cáceres entrou no lugar de PK, suspenso, enquanto o volante Caio Vinícius substituiu o zagueiro Camutanga, que se machucou no aquecimento. Na entrevista coletiva, Carpini explicou as escolhas e celebrou o resultado.

– É uma vitória importante. Vamos resgatando a confiança e entendendo o que é proposto. Ficamos felizes pelo que aconteceu, mas página virada, sem muito euforia. É uma competição de recuperação. Vai ser assim até o final, até a 38ª rodada. Vamos ter dificuldade. Hoje perdemos Camutanga lesionado no aquecimento e não tínhamos um zagueiro destro no banco. Pensando nisso, eu já tinha treinado o Vinícius. Aqui tudo é trabalhado. Feliz também pela volta do Raul, a gente ganha mais uma opção. Resgatamos o Raul. Ele era muito criticado. A partir do momento que a gente chega, precisa dar carinho. Hoje o Eryc Castillo (Culebra) fez o gol. Vamos ter paciência, vamos resgatar, recuperar, não vamos perder ninguém não. Os resultados acontecendo o discurso fica mais fácil, mas se fosse na derrota eu falaria a mesma coisa em relação aos atletas, aos seres humanos.

Thiago Carpini em Vitória x Atlético-MG — Foto: Victor Ferreira/EC Vitória

Apesar das mudanças na escalação, Carpini destacou que "encontrou" e uma "maneira de criar vínculos".

– Acredito que sim. Eu acho que encontrei uma maneira da gente criar vínculos. Ter compromisso um com o outro. Hoje temos uma unidade bacana. Já entendi de onde posso tirar de cada um. O controle do ambiente, o início foi desafiador, coisas que só dizem respeito ao interno. Colocar alguns limites dentro do processo. Isso é natural em um time que foi vitorioso. Às vezes você ganha e perde o foco. Eu não vejo futebol assim. Quero resolver os pequenos problemas. Acho que hoje tenho o grupo na mão. Eu os respeito eles, e eles me respeitam. Tudo dentro de um equilíbrio.

O treinador também comentou o desempenho do volante Willian Oliveira, artilheiro do Brasileirão com cinco gols ao lado de Everaldo, do Bahia.

– O Willian é um jogador já formado, talentoso. Eu cobro muito dele desde que eu cheguei aqui. Acho que ele tem um porte físico, pernas longas que facilitam a passada para jogar de área a área. Acho que ele tem capacidade muito boa de finalizar. Não só pelos gols, mas ele tem o timing de mudar a jogada. Eu cobro muito para que ele chegue na área, e é ali que ele tem feito os gols. Pisando na área. Eu cobro isso de todos os jogadores que fazem a função. No mais, o que tem acontecido é mérito dele. Quero que o Léo Naldi faça mais isso também. Ideias que vamos propondo e ele vai aceitando.

"Eu já tentei trabalhar com ele em outro clube. Conheço ele desde o Guarani. Gosto de acompanhar o mercado, assistir jogos de todas as divisões. Ele é um cara que não faz muita força para percorrer grandes distâncias, e com a bola é um cara técnico. A gente viu as qualidades. Eu adiantei ele um pouco mais. Acho que ele se adaptou bem nessa função".

Com energias renovadas após a fuga da zona do rebaixamento, o Vitória agora volta suas atenções para outro confronto difícil. Neste domingo, o Rubro-Negro vai até São Paulo, onde enfrenta o Bragantino, pela 11ª rodada do Brasileirão. A partida está marcada para 18h30 (horário de Brasília).

Veja outros trechos da entrevista coletiva:

Dividir méritos
A gente sempre divide os méritos das vitórias. O que o Vitória tem de melhor são as pessoas, um ambiente muito bom. Quero aproveitar o momento alegre para desfrutar com nossa diretoria, com as pessoas que fazem o clube no dia-a-dia, com pessoas que são tão importantes quanto os atletas, quanto o torcedor e o treinador.

Ausência de Dudu
– Dudu é um bom jogador. Ele agora tem que se adaptar ao momento e ao Vitória. Seguir trabalhando, seguir evoluindo. Não vou falar de atletas específicos, se não fica muito repetitivo. Eu não me preocupo com o Dudu. Dudu tem que se preocupar em recuperar o espaço dele. O que ele fez para trás não serve para hoje. Willian hoje é artilheiro do time, ocupou um espaço que ele poderia estar jogando. A vida é feita de escolhas e oportunidades. Cada um ocupa seu espaço. Minha preocupação agora é o Bragantino, é o todo, o Vitória, a instituição.

Jogar sem a posse de bola incomoda?
– O desafio do treinador é se adaptar àquilo que ele tem. Eu estou tentando me adaptar e criar os estímulos diários para que os atletas façam o que eu acredito. É só o que eu acredito, não tem certo ou errado. Mas por uma mudança de ideias, isso precisa de tempo. Está melhorando, mas ainda está muito distante do que eu vejo como ideal. A entrega e o compromisso são fantásticos. Mas a gente precisa melhorar e evoluir em alguns aspectos. Precisamos de peças pontuais que podem ajudar nisso. Então o treinador se adapta ao Vitória e tenta tirar o melhor do que tem. Eles estão entregando tudo, fantástica a partida, não só o resultado. Como ganha e como perde também é muito relevante. Muito importante. Nós sentimos hoje, principalmente no primeiro tempo. O Atlético foi melhor no primeiro tempo. O Arcanjo fez defesas importantes, e ele trabalha para isso. No contexto geral eu estou muito contente, otimista, mas a gente entende que tem limitações e precisa seguir melhorando.

Vai poupar contra o Bragantino?
– Eu não tenho mais o Camutanga. Caio que nós adaptamos levou o terceiro cartão hoje e está fora. Matheusinho muito desgastado. Matheus deveria ter ficado de fora hoje, pela fadiga. Mas pelo aspecto emocional do atleta, pelo erro no jogo passado, eu não poderia dar a entender que eu estaria punindo ele. Ele praticamente não treinou, só descansou. Entrou para jogar 45, é um cara importante, que continua tendo minha confiança. Hoje fez um grande jogo. Talvez seja um cara que a gente precise repensar para a sequência.

Escolha por Caio Vinícius
– Eu não tinha muita opção. Não tenho um zagueiro destro no banco. Não vou inventar de jogar com dois canhotos, não fica à vontade. Terminei o jogo contra o Atlético-GO assim e não foi legal, foi uma situação de momento. E eu trabalhei o Caio esses dias sempre na primeira linha. Caio tem estatura e ajuda na saída de bola. Eu já vi volantes que baixaram um pouco e pela qualidade melhor de saída, acaba por ser um meio de campo não tão rápido para ser um zagueiro rápido. Acho que descobrimos mais uma função. É importante ter atletas assim.

Calendário apertado
– A gente vai para o quinto jogo em sequência. Do Atlético para o Cuiabá tivemos uma semana. Estamos tentando dar a ideia e o entendimento. Queremos oportunizar a todos os atletas. Fico muito seguro pela resposta até agora. Dentro disso vamos enfrentar algumas dificuldades. Quando você mudar duas ou três peças, perde um pouco do padrão. O jogo ajuda a dar o entendimento tático, o encaixe. E vamos perder um pouco disso. Pode não ser um jogo de grande apresentação, mas é importante ter competitividade e somar. Nos últimos 12 pontos disputados, fizemos oito. Estamos no caminho.

Garotos da base
– Ele entrou contra o Atlético-MG cheio de personalidade. Acho que ele está preparado. Vou falar o que eu penso. A base tem por obrigação formar e formar bem. E o Vitória faz isso historicamente. Cabe ao profissional, ao treinador do profissional, terminar essa formação jogando e oportunizando. Alguns treinadores acham que o atleta nunca está pronto. Eu fui atleta e sei que você nunca está pronto. Você termina de ficar pronto jogando. A formação final é jogo, futebol, jogar bem, jogar mal. Faz parte do processo. Fábio é um menino talentoso. Ganhou as oportunidades pelos treinos. Hoje nós só não temos mais atletas da base por causa da janela. São três do Itabuna. Eu tenho acompanhado, e tem três jogadores que eu quero trazer e vão fazer parte do nosso grupo para a janela de julho. Coragem de colocar eu tenho. A responsabilidade é minha. Agora coragem de fazer, comportamentos, eu não abro mão. O Vitória precisa olhar mais para dentro. Faz parte do meu trabalho também. E depende do garoto aceitar a responsabilidade para andar direitinho e continuar participando.

Desempenho de Culebra
– Ele, Jean Mota, Luiz Adriano. O próprio Fábio. Todos estão prontos. Se a gente entender que pode ser titular, vai jogar sem problema nenhum. A gente só precisa avaliar o contexto do cansaço. Acho que estamos batendo lá no alto, o Osvaldo corre muito para trás, ajuda o tempo todo. Se ele pode fazer isso, por que quem está começando agora não pode?

Dinâmicas do Galo
– Se você assistir com calma, eles não mudaram o padrão. No primeiro tempo, toda bola mudada de lado parecia que o Cáceres tomava bola nas costas, mas não. A linha estava montada. Ele não estava tomando a bola nas costas, ele estava ocupando um espaço para liberar o corredor. A gente procurou tirar a pressão de quem tem a bola, e esse ajuste para tirar a amplitude da equipe do Milito foi importante. Ajudamos o Cáceres.

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Fonte: https://ge.globo.com/ba/futebol/times/vitoria/noticia/2024/06/20/carpini-celebra-triunfo-sobre-o-atletico-mg-mas-freia-oba-oba-no-vitoria-vamos-ter-dificuldade.ghtml


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